Invisível… no meio da multidão

Sou do tempo em que os pais diziam (quando se saía para a escola): “Não andes com más companhias!”

Atualmente talvez fizesse mais sentido pensar (quando se vê um filho(a) a ir para a escola): “Sobrevive a mais um dia de falta de companhia…”

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Eu pensava nas escolas à distância… Cenários de ações que conheci tão bem… E não é que logo no primeiro dia em que reentrei numa escola, ao fim de mais de doze anos, um estudante (do 4º ano) quis contar-me – em plena sala de aula, perante toda a turma e mais professores ­– que, muitas vezes, se sentia “invisível… no meio da multidão”?

Falei com a turma, a esse respeito (embora o motivo que me levara à escola fosse outro).

Uma criança, com uma personalidade absolutamente cativante e logo ao primeiro relance…

É por isso que não posso deixar de lhe perguntar e convidá-lo(a) a refletir sobre estas questões:

De certeza que o seu filho(a) tem pessoas que considera amigos na escola?

O que é que ele(a) costuma fazer enquanto passa o tempo dos intervalos entre aulas? Anda só, a deambular pelos espaços? Encosta-se a uma parede? Refugia-se na biblioteca? Fica, de longe, a observar grupos aos quais não o(a) deixam pertencer?

Já lhe perguntou, com total disponibilidade emocional para receber as respostas e querer saber mais?

Quanto vale, para si, o sorriso do seu filho(a)?

Para mim, não tem preço!

Marcou-me aquele momento na escola. Estive naquela sala apenas cerca de quinze minutos e ao sair, despedindo-me da turma e ao passar por uma certa mesa, aquele aluno estendeu os braços na minha direção: quis pegar na minha mão, fazer miminhos e dizer “Obrigada.”.

Faço o que faço na esperança de mudar a realidade para o maior número de estudantes possível…

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